Neste livro há que se percorrer um campo de questões importantes para o exercício contemporâneo do atuar do Estado na democracia e a necessária refundação do sistema jurídico. A obra consolida pesadas críticas ao Estado brasileiro e coloca ao leitor as grandes questões nacionais e constitucionais-fundamentais. A razão de Estado, historicamente legada por milênios de repressão e autoritarismos diversificados, com contínuas manobras que danificam a implementação do projeto constitucional de construção do Estado Democrático de Direito no Brasil, passa a ser denunciada, testificabilizada e refutada neste livro, que apresenta uma voz mais ativa na desmontagem de engenhosos modos de atuar do Estado dogmático, sob orquestrações e histerismos de déspotas bem degenerados. O livro traz abundantes recortes e coloca em perspectiva o jogo de poder e o papel de cada ator, seja ele governo, judiciário, povo, parlamento ou mercado. O que está exposto neste livro não é uma publicação de cantilenas e soluções irrefutáveis, mas sim várias dúvidas e numerosos exames provisórios dos problemas, algo que tenta passar longe do sentido correntio do senso comum. O livro avança na contranarração a discursos dogmáticos a fim de ampliar as reflexões e perturbar o sono dos que descansam no breu da tradição tópico-retórica, mas principalmente para não homologar o arcaísmo do ensino jurídico que gira, gira, para sempre voltar ao mesmo lugar, em ritmo de barbárie, na cadência dos donos do ensino, invariavelmente com olhos cobiçosos, até mesmo com perseguições dentro das universidades, um autêntico anti-intelectualismo.