Tomando como eixo a presença forte do mythos na obra de Guimarães Rosa e a relação desse elemento com a expressão literária, Betina Ribeiro Rodrigues da Cunha realiza neste Um tecelão ancestral: Guimarães Rosa e o discurso mítico uma leitura arguta e sensível de doze contos de Primeiras estórias, em que esmiúça cuidadosamente o processo de criação do autor, mostrando como, ao desestruturar um paradigma construído, Rosa estrutura, com o seu discurso literário, "um outro que vem configurar o desvio anterior em um novo padrão, no qual a palavra - agora imagem - se afasta da clareza e da concisão para se impor nos domínios da ambigüidade e da invenção".