A presente obra nos oferece uma leitura atualizada e profunda das consequências societárias da ineliminável relação entre o capitalismo e as crises; essas que se inscrevem como partes constitutivas e resultantes das insolúveis contradições desse modo de produção. Localizar as particularidades da periferia e da heteronomia que mediam a relação da América Latina com o capitalismo mundializado, expressão de uma forma de produção e reprodução social desigual e combinada, remete-nos à importância da teoria do imperialismo e sua leitura articulada às novas expressões da acumulação capitalista. Em especial no tocante à realidade brasileira, localiza as mediações entre a formação social e econômica dessa sociedade e as atuais configurações das relações estruturais de dependência, de modernização conservadora e de sujeição tecnológica e da burguesia nacional ao capital estrangeiro. O livro aborda diferentes temáticas, que iluminam as relações entre a legalidade social, as particularidades da América Latina, em especial do Brasil, e as questões que envolvem o debate atual sobre: revolução passiva, transformismo político, neodesenvolvimentismo, mercado de trabalho, pauperismo, fundo público e feminismo. Esta obra nos oportuniza uma análise centrada no caráter heurístico do materialismo histórico dialético, que articula uma leitura concreta de situações concretas, numa dimensão que apreende as múltiplas mediações entre os diferentes complexos sociais, construindo uma leitura sobre a realidade atual na perspectiva da totalidade e no caminho que nos leva da aparência à essência dos fenômenos sociais. Articula, em sua análise, os complexos da produção, da distribuição, da circulação e do consumo, que estruturam e conectam imediatamente produção e reprodução social. Localiza as relações de produção, nelas as classes antagônicas fundamentais do capitalismo e a relação destas com o Estado burguês. Ao iluminar tais leituras, elucidam a luta de classes, os custos da crise atual