Jack London é um daqueles nomes singulares. Seu livro A Praga Escarlate foi escrito no conturbado período de sua vida que precedeu seu suicídio, em 1916, e demonstra toda sua aflição acerca do destino da humanidade mergulhada na Primeira Guerra Mundial. Em A Praga Escarlate, o autor aprofunda uma tendência primitivista em sua literatura e cria um espetacular romance sobre o fim dos tempos. Criando a história de uma praga súbita que dizima os seres humanos em minutos, London faz do auge da civilização industrial o terreno para um princípio de devastação. Em uma reflexão sobre as condições de vida na sociedade moderna, passando pela crítica sobre a cidade urbana, o livro é contado baseado na vivência de um sobrevivente da praga. Até o Brasil está na história. Um antigo professor universitário narra para alguns rapazes sentados ao redor de uma fogueira histórias do passado e da praga escarlate. Ele refaz o trajeto da humanidade do auge da civilização ao caos da peste, passando pela organização de tribos de sobreviventes, e remontando todo seu trajeto para três crianças selvagens. Para London, a destruição que se segue à praga deve ser bem-vinda e desprezada. Tal destruição faz com que as barreiras de classes desapareçam, mas também põe um fim à civilização. London parece apoiar a idéia de uma visão evolucionária da sociedade. E, de modo singular, as jovens personagens que ele criou são violentos uns com os outros e todos querem ser o chefe do clã. O livro é ilutrado por Gordon Grant.