Este livro trata da relação entre vida e direito. A discussão sobre o chamado aborto de feto anencéfalo, em pauta no Supremo Tribunal Federal, é o foco central a partir do qual a autora enfrenta a zona cinzenta em direito, ética, moral, religião e ciência. Os argumentos desenvolvidos transcendem, porém, o caso paradigmático, sendo inaugurais para a Bioética e para o Biodireito, em geral. A complexidade do tema é revelada e reconstruída a partir do pensamento de Hannah Arendt e de Jürgen Habermas, grandes mentes do século XX. A obra se destaca pela singularidade da abordagem, pela perspectiva filosófica inovadora e profunda. É um livro para juristas, filósofos, médicos e curiosos. Tive a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento da dissertação de mestrado, que deu origem a obra, na condição de orientador da autora na Universidade de Brasília. A cada capítulo, surpreendi-me com sua inventividade e capacidade argumentativa, própria de quem, antes de formular respostas certas, sabe realmente mergulhar nas perguntas adequadas. O resultado não poderia ser outro: a solução imparcial que propõe reforça a possibilidade de respeito à diferença em uma sociedade complexa quando o assunto é sentido jurídico da vida.