Num atual contexto em que Marvel e DC envolvem seus heróis em tramas insossas e repetitivas pelas tantas esquinas do multiverso, Bianca Blauth nos apresenta Inarê, o pequeno guerreiro, que se volta para a célula mãe do seu mundo: a natureza, aqui na pele de Tupana. Em O sumiço do Jardim da Terra, a jornada do herói ganha mais substância, uma vez que o protagonista busca sempre, além de superar os próprios limites, por soluções alternativas para devolver a vida ao que o cenário da aventura retrata como um Alice num país sem maravilhas. E, para compor essa paisagem em que a vastidão da natureza tem a sua beleza refém do egoísmo e da agressividade humana, a autora funde a iconografia indígena (com seus tantos personagens, nomes e histórias singulares) às jornadas fantásticas produzidas por Hayao Miyazaki (com ênfase a O castelo animado e A viagem de Chihiro) que se voltam para a redescoberta e valorização da cultura e sua identidade vilipendiada. Embora exista espaço para (...)