José Lutzenberger foi um visionário. Falava sobre desenvolvimento sustentável quando o termo ainda não tinha se popularizado. Apregoava mudanças fundamentais no estilo de vida e de administração pública, de tecnologia e também de filosofia de vida. Crítica ecológica do pensamento econômico é seu legado dos últimos anos de trabalho, publicado postumamente em 2009. Esta nova edição reafirma a importância do trabalho de Lutzenberger, cuja visão atual segue mostrando um caminho possível para o presente e o futuro da relação entre a Natureza e o Homem. Crítica ecológica do pensamento econômico é uma síntese das ideias e da visão de mundo que Lutzenberger amadureceu e defendeu desde que retornou ao Brasil para dedicar-se à luta pela preservação ambiental, depois de abandonar a Europa e o cargo de chefia em uma empresa multinacional do ramo da química. Bem no início da década de 70, quando o movimento ecológico recém se instituía no mundo e o questionamento dos modelos de produção e consumo adotados após a Segunda Guerra era tido como coisa de outsiders meio pirados, Lutzenberger começou a pronunciar um discurso que, basicamente, nunca se alterou. Uma ética antropocêntrica, dizia ele, estava na base de um modelo de progresso insustentável, que faria o apocalipse abater-se sobre a humanidade em curto espaço de tempo, caso não houvesse um redirecionamento imediato.