Em O Caminho Quilombola, André Videira de Figueiredo analisa a construção da identidade étnica como o resultado do exercício coletivo de interpretação constitucional, empreendido por uma comunidade aberta de intérpretes da qual fazem parte não apenas legisladores e juízes, mas atores da sociedade civil, formadores de opinião e os próprios grupos interessados Tais atores estão envolvidos, todos, em disputas interpretativas que constroem, para a questão quilombola, um campo de posições possíveis É neste cenário que o autor aborda o processo de reconhecimento de uma família de camponeses negros do Vale do Paraíba fluminense, articulado em torno de uma conjunção possível entre valores e interesses A comunidade remanescente de quilombo de Alto da Serra constitui um caso exemplar do quanto o reconhecimento étnico, embora possa encontrar como ponto de partida demandas objetivas como a permanência na terra, opera, a partir do direito, um arranjo moderno da identidade, cujo impacto [...]