Escrever é descobrir e trabalhar a voz narrativa que existe em cada um de nós. Com isso, Decivaldo Pedro montou uma história ágil e vibrante a partir de diálogos. Na verdade, a história acontece sobre os diálogos, como representação real dos personagens. São os diálogos que dão as tônicas do romance e conduzem toda a trama. A partir deles penetramos no mundo de um grupo de meninos e meninas de rua em toda a sua degradação social e moral que transparece na linguagem fria e cortante. Linguagem oral desbravada, com as incorreções que detonam a ambiência dos que vivem a margem da sociedade.