Descrevendo seus personagens malditos e mitológicos, o poeta Marcus Accioly disse que Narciso é o mais marginal de todos. Da sua tetralogia épico-dramático-lírica inspirada na mitologia grega, que inclui ainda Sísifo, Íxion e Érato, a característica do belo Narciso é conviver com a mais absoluta solidão, falando apenas consigo próprio, em eterno solilóquio. Narciso traz em sí um estranho realismo-lírico, traduzido na loucura da paixão pela própria imagem refletida no mar/espelho, que o atrai e o afoga.