Conheci a poeta Déborah de Paula Souza no início dos anos 2000, quando trabalhávamos na mesma empresa jornalística. Soube, então, que ela publicara o livro Moça Mousse Musselina em 1982 e tinha pronta uma nova coletânea de poesia, O Livro Vermelho. O tempo passou e essa promessa alvíssaras! agora vem à luz. Naturalmente, não se trata do mesmo conteúdo, e sim de um conjunto de poemas que tem suas raízes mais fundas fincadas naqueles textos de quase trinta anos atrás. Neste meio tempo, Déborah estudou psicanálise, envolveu-se profissionalmente com essa nova área e se manteve afastada da poesia. Eu, que conhecia e apreciava sua produção lírica, sempre insisti em seu retorno. Como podia dar as costas à gaia ciência alguém que mantinha inéditos versos como estes? estas palavras nunca foram minhas/ a poesia é dona de si mesma/ e distribui suas senhas faiscantes. Em 2017, inspirado nestes versos, cheguei a escrever um poema pedindo a ela que desse uma nova chance à poesia.