Este livro inédito une ficção e memória política e estava em elaboração quando foi interrompido pela morte do autor, em 1977. Passados trinta anos, o caderno manuscrito foi reencontrado e, após cuidadoso estabelecimento textual, vem à luz acompanhado de Destinos, peça teatral de juventude, escrita e encenada durante a prisão de Paulo Emílio na esteira da repressão ao levante comunista de 1935. Em Cemitério estamos nos anos de chumbo do pós-1964 e o funcionário faz-tudo de uma editora medíocre inadvertidamente indica para publicação um original assinado por um certo J. de Costas. O livro provoca a reação da sociedade paulista tradicional, que vê como objeto de crítica algumas de suas mais caras personalidades políticas. A certa altura da narrativa, Paulo Emílio passa a falar em primeira pessoa de sua vivência dos episódios em torno da chamada Batalha da Praça da Sé (1934), onde confrontaram-se a esquerda, os integralistas e a polícia. A edição traz também notas de apoio escritas pelo historiador Dainis Karepovs, pósfacio de Carlos Augusto Calil e apêndice de Décio de Almeida Prado (1917-2000). Esse é o segundo volume da reedição da obra completa de Paulo Emílio pela Cosac Naify. O primeiro lançamento foi Três mulheres de três PPPês.