No princípio eram as cartas. Por meio delas, Freud foi escrevendo as bases de sua teoria. Hoje, nestes tempos de internet, que função teriam as cartas trocadas por e-mail? Ainda hoje, será que se prestariam à elaboração das questões que afligem os analistas no seu dia-a-dia? O mal-estar produzindo escrita fabrica o próprio antídoto contra este mal-estar. Escrever, talvez, seja também um remédio contra a angústia da transitoriedade. Se o tempo tudo destrói, em algum lugar, fixadas as letras, pode ser que restem as cartas. O que este livro pretende mostrar é que as cartas continuam sendo um meio de trocas e de interlocuções extremamente prazerosas e eficientes. No zig-zag dessas cartas, questões sobre a contemporaneidade, a psicanálise e a vida são abordadas de forma leve e descontraída, convidando o leitor a entrar na roda e pensar sobre este tempo de fast-food, pelo qual corremos o risco de nos fazer engolir. Sumário - Prefácio; Carta ao leitor; Cartas; Obras citadas; Berlinda.