Diante da preocupação generalizada em relação à qualidade da educação pública básica e às dificuldades de acesso ao ensino superior público em São Paulo, este livro propõe-se a analisar as condições educacionais que inibem os estudantes das escolas públicas a terem as universidades públicas como possibilidade ou meta ao prestar o vestibular. Defende-se que a ausência de perspectiva em relação ao ensino superior, por parte dos estudantes, é mais do que a simples falta de informação do aluno frente ao vestibular. Trata-se, antes, de um dos efeitos das ideologias envolvidas na constituição e desenvolvimento do sistema educacional brasileiro. Esta obra permite apreender efeitos das políticas públicas para o acesso ao ensino superior, tanto aquelas adotadas pelos órgãos governamentais como aquelas geradas pelas próprias universidades públicas. Como meio de aprofundar os significados abertos pela palavra dos sujeitos-alvos dessas políticas e vítimas dessa exclusão, apresenta também entrevistas com jovens estudantes do 3.º ano do ensino médio de uma escola pública paulista a respeito das suas ambições escolares e das suas expectativas de ingresso no ensino superior.