Este é um ensaio sobre as imagens da mulher do século XIX, construídas por José de Alencar e por Machado de Assis em seus romances. O livro analisa as complexas relações que se estabelecem entre os mundos criados pelos dois romancistas e o contexto cultural de que emergem e descreve as condições históricas e sociais em que nasce o romance brasileiro. Resulta daí um amplo panorama do século XIX, desenhado a partir de uma acurada análise de discursos e centrado na construção do imaginário social. Sua novidade radical reside na revelação do processo ideológico que preside, naquele momento, a construção de uma determinada imagem da mulher. Mulheres de papel sublinha, de forma dramática, a distância existente entre as mulheres de carne e osso e essas imagens literárias, postas em circulação por dois de nossos maiores romancistas.