Os filmes de Farkas constituem objeto e fonte nesse livro. Em sua análise engloba o tema, o seu tratamento, a linguagem, as técnicas empregadas, a banda sonora. Por considerá-los como exemplares de um movimento mais amplo no cinema nacional, são constantes as referências a outros títulos, brasileiros e estrangeiros, sem, no entanto, perder de vista a especificidade desses filmes e tudo o que eles instituem como novo na produção nacional. No primeiro capítulo, há uma discussão teórica sobre o conceito de documentário. No segundo, uma investigação sobre uma efervescente cultura cinematográfica no Brasil em elaboração a partir dos anos de 1950. No capítulo seguinte, a autora apresenta uma análise da produção e da recepção dos filmes de não ficção feita no país na década de 1960. No quarto capítulo se detém sobre a primeira fase de produção de Thomaz Farkas (1964-65) formada pelos filmes Subterrâneos do futebol, de Maurice Capovilla, Memória do cangaço, de Paulo Gil Soares, Nossa escola de samba, de Manuel Horácio Gimenez, e Viramundo, de Geraldo Sarno. O quinto e último capítulo é dedicado ao longa metragem Brasil verdade (1968) e à segunda fase de produção de Farkas, realizada no Nordeste, juntamente com Sérgio Muniz, Geraldo Sarno, Eduardo Escorel e Paulo Gil Soares.