Lúcidos delírios e contracantos existenciais abrigam-se nas "invenções da aflição" que, num vaivém de palavras e ritmo dissonante, atraem o que o mais atinado ser deixou de ouvir. Na calada da noite, o sufoco abafado no peito soma conhecimento e astúcia, reflete imagens sobrenaturais, acústica e irreverente poesia. Leveza e gravidez contrapõem-se uníssonas enquanto o autor penetra a densa escuridão da alma humana que, premente, brilha anoitecida de amor. E, se com a clara razão estacamos diante dos fascinantes abismos que permeiam nossos caminhos e confundimo-nos, freqüentemente, pelos insistentes cantos da \"mente que mente\", mergulhemos, então, na musicalidade desconcertante da poesia.