'História do Estruturalismo' é um exercício vigoroso de reflexão sobre a história intelectual contemporânea, tendo por objetivo privilegiado o Estruturalismo. O primeiro volume, 'O campo do signo, 1945/1966', contextualiza o momento ascendente do movimento intelectual que açambarcou todo vigor do pensamento criativo francês do imediato pós-guerra a 1966, clímax de sua trajetória e marco de sua desconstrução. Apoiado na leitura verticalizada dos escritos clássicos dos pais do movimento Claude Lévi-Strauss, Roland Barthes, Michel Foucault e Jacques Lacan, além de mais de uma centena de entrevistas exclusivas, François Dosse maneja com maestria a tensão entre análise interna e explicação, trazendo à tona um projeto estruturalista de universalidade, de apreensão inteligível dos processos globais, surpreendendo o homem em sua estrutura. O segundo volume, 'O canto do cisne, de 1966 aos nossos dias', enfoca a reinvenção e a desconstrução do estruturalismo. O ápice do movimento se deu em 1966, pois são publicados ao mesmo tempo 'Les mots et les choses' de Foucault, 'Ecrits' de Lacan e 'Critique et vérité' de Barthes, culminando com a insurreição estudantil de 1968. Neste segundo volume, a perspectiva ideológica ganha realce. Batidos pela crítica à excessiva estruturalização, pela exclusão quase absoluta do homem, tornado fragmento impotente da fria malha estrutural, da plena desistorização, os intelectuais inseridos no movimento reavaliam suas posições, propondo novas abordagens que transitariam da preservação do essencial do estruturalismo à sua total negação, em que se destacam Kristeva, Todorov, Chomsky, Derrida, Bourdieu e tantos outros, que pouco a pouco repõem a estrutura, anunciando a revanche do sentido.