Um livro reportagem. Um testemunho e um grito por justiça para os movimentos populares. tNo dia 1º de janeiro de 2003, mais de 150 mil pessoas foram às ruas de Brasília para celebrar um acontecimento histórico para a democracia brasileira: a posse do primeiro líder popular de esquerda a assumir a Presidência da República. Em meio ao mar de bandeiras vermelhas que se espalhava pela Esplanada dos Ministérios, a chegada do novo Presidente parecia o prenúncio de um novo tempo para os movimentos sociais. No entanto, passadas mais de duas décadas desde o final do último governo ditatorial no Brasil, uma herança sinistra dos tempos da repressão ainda assombra o país. O assassinato de lideranças populares, uma triste realidade que os últimos anos de evolução e alternância democrática não foram capazes de mudar, permanece uma prática constante, exigindo até mesmo uma redefinição do conceito tradicional de crime político. Somente entre os anos de 2003 e 2006 - o período abordado aqui -, foram mais de duzentos casos. E é deles que trata este livro. Plantados no Chão é um tributo a todos aqueles que morreram em defesa não apenas dos próprios ideais, mas também dos direitos de toda uma parcela da população. E é também uma denúncia: embora não sejam mais cometidos abertamente por agentes do Estado, os assassinatos políticos ainda são comuns em todo o território nacional. Sob pretextos diversos, que vão do puro e simples acerto de contas até disputas pelo poder, verdadeiros.