A presença de Nelson Werneck Sodré no cenário intelectual e político brasileiro, especialmente no século XX, foi tão importante que merecia um estudo cuidadoso e fundamentado de sua obra e da sua participação para defender a democracia no Brasil. Autor de mais de 50 livros, Sodré foi General e Professor do Instituto Superior de Estudos Brasileiros ( ISEB), criado em 1955, e que foi um centro produtor de idéias fecundas criadas para pensar o desenvolvimento brasileiro e, por isso, foi combatido pela imprensa conservadora, bem como por centros universitários, especialmente pela Universidade de São Paulo. Um dos primeiros atos da ditadura militar/civil foi colocar o ISEB na ilegalidade. Iniciou sua produção intelectual como crítico literário e em 1938 publicou seu primeiro livro História da literatura brasileira, atualmente na 10ª edição. Outros vieram, muitos decisivos para explicar o Brasil. Combatido duramente nos planos político e intelectual, foi preso após o golpe de 1964 e, pelo fato de nunca ter participado de igrejinhas, sua obra passou a ser muito combatida nas universidades, especialmente porque nunca foi professor universitário. Ensaísta moderno, com vasta erudição, o nosso autor continua tendo suas obras reeditadas, fato importante para que as novas gerações possam lê-lo sem preconceito e procurando nos muitos livros produzidos apreender os problemas decisivos que Sodré atacou com rara sabedoria e fundamentação teórica que poucos intelectuais tiveram.