Andityas Soares de Moura, um atípico goliardo hodierno, debate-se entre a medievalidade e a modernidade, recolhendo os cacos de filosofia, pintura ou música entre as pedras do caminho barroco desbarrancado. Este feixe de versos não costura: descose o discurso arquivado na estante estática. Quando estamos diante do molde tradicional, como o dos trovadores, glosadores e sonetistas, temos parâmetros cômodos de aquilatação da pedra lapidada, mas quando a pepita é bruta ou esfarelada, só nos resta peneirar conceitos, coisa que a multifacetada poesia de Andityas nos incita a fazer. Aqui há muita informação pulverizada, mas a leitura recupera um pó de estrada levantado pelo vento da inventividade: pot-pourri de alaúde e bandolim. [] As cantigas de Andityas são galáctico-amaneiradas, digo, amineiradas.