No final da década de 1980 e início da seguinte era possível afirmar que o centro da cultura da universidade pública apresentava-se na forma de uma contradição. Por um lado, ela contribuía para o crescimento econômico do país e para a consolidação do pacto social de então, de outro, punha como o lugar institucional da crítica de seu tempo histórico e de seus próprios objetivos. Tratava-se, muito distintamente da igreja que se fundamenta no dogma, do espaço da saudável dúvida, da crítica e do debate. Neste tempo parece ter havido uma atrofia histórica do segundo pólo da contradição, enquanto o primeiro experimentou uma hipertrofia. A crítica e debate deram lugar ao silêncio, ao apoio, com raras exceções, ao oficial, sugerindo que a instituição republicana universitária tenha se tornado numa agência executora de políticas públicas de competência do Estado. Este é o debate que permeia os textos que o Grupo de Estudos sobre Políticas de Educação Superior quer instar com os textos que seguem precisa e criativamente escritos pelos autores.