Esta quinta edição, relançada agora pela Garamond, conserva a mesma relevância; além de reproduzir fatos e documentos de difícil acesso sobre os primórdios da nossa saúde mental, demonstra, num exercício de 'história conceitual', como as chamadas idéias 'científicas' nesse campo são estreitamente dependentes do contexto cultural que as legitima. A obra mostra como os psiquiatras da Liga criaram doutrinas que, a partir da conceituação de uma suposta 'natureza humana', não passavam de expressões de seus próprios preconceitos ideológicos - racismo, xenofobia, moralismo - e das idéias dominantes em seu tempo. Matéria de reflexão imprescindível para todos os que lidam, na clínica e na teoria, com as questões da saúde mental.