Considerando primordialmente que um trabalho de reconstituição do passado só adquire todo o seu alcance quando implica em correspondente reconstituição do presente, em sua dimensão cognitiva, Lopes vai buscar os precursores das teorias estruturais, ou formais, da narrativa não nos pioneiros do passado, mas nos tempos presentes. Acaba por reconhecê-los, assim, não somente nas figuras dos formalistas russos e dos estruturalistas tchecos, mas, sobretudo, na semiolinguística geral fundada por Ferdinand de Saussure. O livro traz, portanto, não só uma análise rigorosa da contribuição saussuriana e das abordagens propostas por russos, tchecos e franceses, mas também um panorama dos estudos literários desde o Renascimento até o pensamento descontínuo do século XX.