Amilton tem grande admiração por Nietzsche, mas seu discurso crítico sobre o Direito lembra mais W. R. Wagner: há um quê de música e de poesia nos seus textos, para além da potente retórica desconstrutiva. Em suas palestras, ouvimos uma fala cantada e invariavelmente sedutora. Trata-se de virtudes bastantes incomuns numa cena a do mundo jurídico em que as expressões beiram ao estéril. Nessa obra, nos é apresentado o único propósito altruísta para a Lei (não a da psicanálise, ele ressalta): numa sociedade em que sempre haverá diferenças e assimetrias nas condições materiais, afetivas e intelectuais dos seres humanos, a Lei serve principalmente para a defesa do mais débil. Os pragmáticos profissionais da área jurídica poderão eventualmente aproveitar o capítulo referente à Tópica. [...]