O texto de Alysson Luiz Freitas de Jesus tem vários méritos, dois dos quais quero destacar. Primeiro, que se trata de uma abordagem acadêmica desenvolvida a partir da análise de vasta documentação civil e criminal que elucida aspectos importantes das relações estabelecidas entre cativos, forros e homens livres no sertão norte-mineiro, região pouco explorada pela historiografia. Segundo, trata-se do século XIX, período também carente de produções historiográficas que contemplem a história de Minas Gerais após o auge do período aurífero. Sob este aspecto, Alysson consegue demonstrar a existência de um sertão diferente da decantada "barbárie" simplificadora posta por várias obras referentes ao período colonial e distinto também de outras regiões pelas peculiaridades da cultura local.