Comentar sobre a alma humana é difícil, principalmente se ela vagueia desatinada sobre a possibilidade poética de sonhar, vibrar, se emocionar e criar situações que fazem desfalecer a lógica que sempre acrisola o bom senso. E ai, a razão só sobra sem razão. O equilíbrio se desequilibra no livre pensar. A sensatez se tempera com o amargo doce do insensato. O trabalho literário de Sérgio Cardoso Matos mistura num interessante liquidificar poético, o doce sonhar amoroso de um fogoso amante com a desesperança face ao inatingível. Tem-se a impressão de que não há mais fronteira entre a vida e a morte, misturando-se a realidade e o imaginário. Uma coisa é certa: o exame e consulta ao dicionário e outros meios se tornam dispensável, o que deixa ao leitor maior tempo para vaguear sonhador pelos mesmos caminhos palmilhados pelo poeta.