A escrita de Wilson Correia e Neide Damasceno em 'Antônio Conselheiro nos Sertões de Euclides da Cunha' denota uma paixão pela pesquisa que, sem abrir mão do rigor conceitual, revela intenção, ousadia teórica e momentos de poeticidade lingüística. Percebe-se que as conjecturas interpretativas que integram este livro/texto apontam para um perfil ideológico e estilístico que recusa armaduras conceituais, facilidades apaziguadoras, apostando numa ética do risco e da criação. Em tempos pós-utópicos, temos muito a ganhar com esta leitura, que resulta de uma resistência ao escrito e lança luz sobre os sujeitos sem espaço na representação histórica.