Vampiros fogem de cruzes e alho. Já o mais famoso dos vampiros brasileiros, o curitibano Dalton Trevisan, foge é de jornalistas. Não dá entrevistas e, como seus amigos da Transilvânia, também não se deixa fotografar. Arredio, vive para sua literatura. Principalmente para os contos curtos, nos quais tornou-se um mestre. A dedicação encanta público e crítica. Vencedor do Prêmio Portugal Telecom 2003 com Pico na veia, Dalton prova, a cada novo trabalho, porque é um dos mais renomados contistas brasileiros contemporâneos. Em Rita Ritinha Ritona, coletânea de contos, Dalton Trevisan narra com humor ferino as fatalidades e excentricidades das relações humanas. Sua Curitiba natal aparece sempre como um dos personagens principais. São dezessete pequenas histórias, quinze inéditas, com o habitual estilo telegráfico, onde pontos e travessões contam tanto quanto as palavras. Aqui, encontramos as lolitas que encantam homens mais velhos, a violência urbana e as paixões avassaladoras. Rita Ritinha Ritona fala dos desastres do amor, os infernos particulares, a guerra dos sexos, as cenas da vida cotidiana, a condição humana. Tudo composto com a busca precisa pelas palavras. Nada se perde na essência de suas tramas. Os textos, construídos com ironia cortante e humor cáustico, lançam um olhar objetivo sobre a condição humana.