O Apocalipse é um livro que sempre chamou a atenção de intelectuais e do povo. Cheio de esperança e otimismo, não é uma previsão do futuro, mas o anúncio profético da salvação alcançada por Jesus morto e ressuscitado. Fruto das visões de Patmos, provavelmente a obra tenha sido composta em Éfeso e redigida de forma ordenada após acurada reflexão do autor sobre a experiência litúrgica na ilha de seu cativeiro. Em seu desenvolvimento progressivo, o livro realça a necessidade de conversão, condição indispensável para entender o plano de Deus sobre a história. Considera, depois, as constantes que caracterizam as vicissitudes humanas marcadas pelo pecado e as tentativas de Deus de converter a humanidade, vítima dos poderes imperialistas que a oprimem, sejam eles políticos, econômicos ou culturais. Com a completa neutralização das forças negativas dominadoras do mundo no embate final em que o Cordeiro pascal é vencedor, abrem-se as portas da Jerusalém celeste para todos os seres. O Apocalipse torna-se, assim, a proclamação apaixonada do plano amoroso de Deus que atua na história por meio de Jesus Cristo, em busca da salvação do gênero humano.