A escrita de Erez anima-se por uma recusa da solidão de um tempo sem subjetividade. Os versos de seus poemas internalizam uma posição de resistência à desagregação, seja da memória, seja da vida, ela mesma quase sempre materializada na relação amorosa. Para mim, que conheço Erez há mais de dez anos e que vi despertar a sua inclinação à sua escrita quando fui seu professor no último ano de Ensino Fundamental II, não me provoca espanto perceber a fidelidade entre a poesia e a personalidade do jovem escritor. Esse enclausuramento na trincheira, característica dos poemas que compõe esse livro, me remete a uma época na qual, professor recém saído dos bancos escolares, eu acreditava ser capaz de resistir à desagragação de um tempo que nos esfacela e constrange.