Em suas origens a sociologia enfrentou a suspeita das disciplinas estabelecidas e a concorrência da literatura, vivendo o impasse de ver-se como uma espécie de terceira cultura entre as ciências naturais e as ciências humanas, especialmente a literatura. Colaborou para isso a postura de escritores como Balzac, Flaubert, Baudelaire e Zola, segundo a qual a obra literária deveria estar no âmbito científico enquanto estudo da sociedade. Demonstrando um profundo conhecimento do tema, Wolf Lepenies descreve o debate entre escritores e críticos, de um lado, e cientistas sociais, sobretudo sociólogos, de outro, analisando os argumentos da disputa pela primazia em fornecer a orientação-chave das ciências sociais na Modernidade em três países: França, Inglaterra e Alemanha. Em sua descrição, o autor abrange desde o surgimento da sociologia até as conseqüências desse impasse, visíveis até hoje.