A Escrituras Editora, dentro da Coleção Ponte Velha, edição apoiada pelo Ministério da Cultura de Portugal e pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB), publica O arco da palavra e outros ensaios, de João Barrento, organizado e prefaciado por Floriano Martins. A presente obra pretende mostrar ao leitor brasileiro a intensidade da entrega deste ensaísta a um mundo revelado a partir da leitura. Sobressaltando uma sensibilidade ímpar, a seqüência de textos exprime uma relação conflitante entre o tangencial e o oblíquo, que só pode ser exposta pela pena de um amante das contradições, da complexidade do mundo e de um desvanecimento voraz das linguagens como forma de autopreservação. O próprio João Barrento comenta a inveterada contradição dos discursos estéticos de toda uma época, concluindo que "seus perfis são, também eles, oblíquos e múltiplos, e a razão de ser desse fato está, em grande parte, nas suas próprias origens: na explosividade contraditória e na natureza rizomática do húmus, que foram os primeiros movimentos modernos, de onde tudo veio".