Depois de William Shakespeare, Dante Alighieri e Jorge Luis Borges, a nova coleção Por que ler volta seu foco para um clássico da literatura moderna brasileira, com o lançamento de Por que ler Bandeira, do respeitado poeta, ensaísta e tradutor Júlio Castañon Guimarães. Se, como os demais livros da coleção, este volume segue a conhecida divisão "vida & obra" de maneira sintética (buscando, em ambas, o que Pound chamou de "pontos luminosos"), por outro lado, a renova e amplia. A renovação e a ampliação ficam por conta, em primeiro lugar, da própria escolha do autor e, em segundo lugar, da divisão do volume em cinco partes: Um retrato do artista (síntese biográfica), Cronologia, Ensaio de leitura (comentários sobre a obra), Entre aspas (reprodução de passagens importantes da obra) e Estante (com os principais títulos de e sobre Bandeira). Por que ler Manuel Bandeira... Porque sua poesia, ao contrário de tantas outras, é simples de ser compreendida, possui um humor que desarma o trágico e se atualiza a cada dia. Como só acontece com os maiores poetas, muitos versos de Bandeira saíram das páginas de seus livros para se tornar palavra viva. "Vou-me embora pra Pasárgada..." Manuel Bandeira foi um dos maiores nomes do modernismo brasileiro, vale dizer, dos modernizadores da poesia brasileira. Poetas que tiraram a poesia de um limbo preciosista, longe da realidade da vida e da vivacidade da língua falada e a trouxeram para dentro de nosso tempo - o que responde por que ler este livro. Sobre a vida de Bandeira pode ser dito o mesmo de sua obra: foi de uma simplicidade que esconde preciosidades. O poeta foi um homem tímido, mas popular no bas fond carioca, como o bairro boêmio da Lapa. Condenado a uma vida curta por uma tuberculose juvenil, ele viveu mais do que a maioria de seus contemporâneos. Mesmo tendo uma sólida cultura clássica, inovou a ponto de, no fim da vida, flertar com a poesia concreta. Bandeira nasceu no Recife, mas tinha humor profundamente carioca. Era feio, mas sedutor. Enfim, um homem do século XIX que percorreu quase todo o século XX.