Por que bruxas e santas? Porque entre estes dois estereótipos - os dois extremos de uma visão maniqueísta de mundo, no caso aplicada às mulheres - há não apenas um abismo, mas também pontes. Assim como determinadas ervas, remédios e práticas médicas podem tanto curar quanto piorar o quadro de uma doença ou até mesmo matar, muitas das características atribuídas à santas e bruxas diferem também apenas em grau. Um claro exemplo disso é Joana dArc (na imagem da capa, reproduzida de uma pintura do século XIX de Jules-Eugène Lenepveu), julgada e queimada como herege em 1431 e canonizada cinco séculos mais tarde.