Este livro é um estudo comparativo das grandes crises sistêmicas, ou de transmissão mundial, que abalaram o sistema de produção capitalista em 1873, 1929 e 2008. Procurou-se através de uma breve reconstituição histórica examinar as particularidades factuais, institucionais e algumas das soluções adotadas no âmbito das Políticas Públicas. Também se deu ênfase na busca a cenários monetários e financeiros que estivessem localizados em todos os três eventos. É certo que cada crise difere da outra, consequência direta de seu tempo histórico, que por si só promove sua particularidade. Porém alguns elementos estão sempre presentes e devem contribuir para desencadeá-las. Desde logo deve ficar claro que o Sistema Capitalista naturalmente atua de maneira instável, ou seja, através de constantes ciclos de expansão e redução do nível geral de produção econômica. Entretanto as Grandes Crises Sistêmicas são eventos raros, provocados por uma danosa acumulação de fatores financeiros, institucionais e políticos. As consequências dessas crises de origem financeira são uma profunda desestabilização do processo econômico, se constituído em uma enorme injustiça social, pois relativamente poucos indivíduos especulam e todos, de uma forma ou outra, pagam a conta. Também é certo que a recuperação das economias afetadas em geral é lenta, volátil e custosa. Porém cabe avisar que essas crises de origem financeira poderiam ter sua formação evitada se mecanismos eficientes de regulação dos mercados especulativos e da alavancagem financeira fossem melhorados e efetivamente implementados a nível mundial.