No Brasil, a formação do núcleo da elite familiar urbana do início do século XIX absorveu características sui generis: com base no absolutismo patriarcal, a “família de elite” prescindia do sentimento de intimidade no lar doméstico e negligenciava as relações sociais no espaço público. Diferenciava se duplamente do núcleo familiar europeu ocidental do mesmo período. Enquanto a última presenciava, no início do século XIX, as reverberações dos adventos da domesticidade e da intimidade nas relações privadas, em concomitante equilíbrio com a necessidade de estabelecer vínculos comunitários, tais sentimentos, à época, ainda não eram prestigiados no território nacional. Do período joanino – pintado nas aquarelas de Jean-Baptiste Debret - até o advento da belle époque carioca - retratado nas fotografias de Marc Ferrez – visualizaram-se transformações urbanas que repercutiram nos lugares e formas de convivência da família brasileira.