O quê este livro -com 189 ilustrações- nos ensina a sobre a tipografia? Nessa obra o francês Pierre Duplan não fornece regras, embora tenha grande respeito pelas convenções tipográficas tradicionais, mas sugere que tenhamos um olhar sensível sobre a superfície do texto: O escritor observa na grade de pixels como se modificam as aparências do conteúdo de seu trabalho, o próprio texto, com uma rapidez e uma flexibilidade desconhecidas até pouco tempo. Trabalhar com tipografia como usuário ou como criador de caracteres exige o conhecimento e o controle de seus fundamentos - a forma tipográfica, fonte, composição e ocupação do plano gráfico, texturas, cores etc. Mas supõe também entender um novo universo: Simulacro e simulação fazem parte da escrita informática em seu nível mais imediato. Neles reside um aspecto das transformações da escrita. De um lado trabalhamos sobre um documento que é um simulacro, e por outro lado, nosso trabalho é uma ação sobre ele; [] Dessa aparente transparência nasce a impressão que a máquina e o nosso cérebro se comprendem, afirma a também francesa Clarisse Herrenschmidt. Ou seja: não bastam os fundamentos técnicos para a composição de uma boa tipografia ou para o design de um caractere. É preciso um pouco mais do que alcançar uma aparência de tecnicidade contemporânea: é preciso sensibilidade e consciência de linguagem.