Poesia de Telhado (Escrituras Editora) é o terceiro livro de João Augusto, que confirma o poeta revelado em poemas sintéticos, de um forte lirismo e uma criatividade inusitada. Suas características são marcantes: poemas curtos, temas pretensamente simples, do cotidiano, que se alteiam para o universalismo, enriquecidos por uma cosmovisão rara, em uma nova roupagem. Segundo a poeta e escritora Ely Vieitez Lisboa, no texto das orelhas do livro, João Augusto utiliza uma linguagem conotativa plena de metáforas surpreendentes, que às vezes se encadeiam, formando a alegoria de um quadro surrealista, como no poema ‘Arraias’, ou usando o mesmo procedimento literário, no poema ‘Sobre vacas e fadas’, dedicado a Ferreira Gullar.No texto de quarta capa, o professor de Literatura Brasileira, romancista e contista Menalton Braff, defende que João Augusto não escreve poesia ela brota em sua pele, perturbadora, mas com o frescor do orvalho que nasce da relva. Neste seu terceiro livro, o sabor surrealista vem tingido com as cores dos dramas humanos, mas sem perder a surpresa das combinações insólitas, sem abrir mão de ser em primeiro lugar poesia maior. Ler Poesia de telhado é uma obrigação para quem tenha alguma sensibilidade, pois, fiquem certos, estamos diante de um dos nomes da nova geração da poesia brasileira.