A referência mais imediata que se faz ao ler A Política, de Aristóteles, é A República, de Platão. Enquanto este pregava a criação de um novo modelo, igualitário, comum e, de certo modo, utópico, Aristóteles analisa o Estado então existente como natural e único. Observa suas estruturas e aquilo que as sustenta, examinando em que ponto essas estruturas podem ser mais eficientes. Poucos na história da humanidade foram tão influentes quanto o filósofo grego Aristóteles (384-322 a. C.). Ele se tornou o referencial por excelência de grandes filósofos e teólogos, como o judeu Maimônides, o cristão Tomás de Aquino e o árabe Averróis, entre tantos outros. Sua importância transcendeu eras, religiões e dogmas; durante a Idade Média seu pensamento reinou soberano. Foi, sem dúvida, o mais renomado dos discípulos de Platão, apesar de discordar do mestre, afirmando que as essências mutáveis e a razão de ser de todas as coisas deveriam ser objeto intrínseco da filosofia e que os problemas filosóficos deveriam ser observados nas relações entre o universal e o necessário, entre formas e objetos.