Pierre Clastres (1934-1977) é um dos mais brilhantes intelectuais do século XX, discípulo de Lévi-Strauss e autor da fundamental coletânea de ensaios A sociedade contra o Estado (1974), obra que revolucionou os estudos de antropologia ao tomar a perspectiva indígena como foco para se constituir uma nova filosofia política. No início de 1963, após aprender durante quatro meses a língua dos índios Guayaki, ou Aché, em Paris, Pierre Clastres partiu para sua primeira missão etnológica, uma permanência de quase um ano entre a tribo dos Aché Gatu no Paraguai, misteriosos indígenas caçadores e nômades que habitavam as florestas a oeste do rio Paraná, desconheciam a agricultura, eram adversários dos Guarani e, dizia-se, poderiam ser canibais. O resultado dessa viagem de pesquisa é este Crônica dos índios Guayaki, primeiro livro do autor, lançado em 1972, em que estão as bases do pensamento de Clastres. Da narrativa do nascimento de um bebê até a virtual morte da tribo, é um estudo [...]Pierre Clastres (1934-1977) é um dos mais brilhantes intelectuais do século XX, discípulo de Lévi-Strauss e autor da fundamental coletânea de ensaios A sociedade contra o Estado (1974), obra que revolucionou os estudos de antropologia ao tomar a perspectiva indígena como foco para se constituir uma nova filosofia política.No início de 1963, após aprender durante quatro meses a língua dos índios Guayaki, ou Aché, em Paris, Pierre Clastres partiu para sua primeira missão etnológica, uma permanência de quase um ano entre a tribo dos Aché Gatu no Paraguai, misteriosos indígenas caçadores e nômades que habitavam as florestas a oeste do rio Paraná, desconheciam a agricultura, eram adversários dos Guarani e, dizia-se, poderiam ser canibais.O resultado dessa viagem de pesquisa é este Crônica dos índios Guayaki, primeiro livro do autor, lançado em 1972, em que estão as bases do pensamento de Clastres. Da narrativa do nascimento de um bebê até a virtual morte da tribo, é um estudo profundo e afetuoso da vida cotidiana, dos costumes e da visão de mundo desse povo, com uma tal qualidade literária que levou o escritor Paul Auster, tradutor do volume para o inglês, a registrar: "É impossível não gostar deste livro".