Atentos aos chamados das ruas, da poesia, do ritmo mais para o flâneur do que para o maratonista, os textos de Samuel Punzi transitam pelas vias misteriosas da criação, pelas marcas atentas que o olhar lírico e sonhador do autor deixam nas calçadas ou na paisagem. Encontros e desencontros nas praias, no bar, no bloco de carnaval, durante a pedalada; filmes e livros que marcaram o cronista (e a crônica); o Rio de Janeiro se esquadrinhando, de Ipanema à Lapa, passando pelo Centro da cidade onde o prédio desaba num fim de tarde (que nem o viaduto para o outro cronista, o da MPB), nada escapa à pena ou ao posto de observação de Samuel. Nada fica em casa neste Quando a rua me chama. O que temos aqui são textos que olham a vida, os indivíduos, as ruas, calçadas e transversais do olhar com delicadeza e enorme boa vontade para compreender gestos, atitudes e reações que às vezes nos parecem incompreensíveis. Luís Pimentel