Miséria da Ciência é um livro polêmico. Primeiro, porque busca radicalizar o enfoque transdisciplinar sobre a história dos homens e a história das idéias dos homens. Segundo, porque procura entender os fundamentos da crise contemporânea e de suas dimensões intelectuais, morais e espirituais. Terceiro, porque ousa questionar o Logos da Razão Material e da Concepção Dicotômica de Mundo, fruto da encruzilhada teórica que teria hegemonizado a lógica da separatividade (Parmênides, Pitágoras e Aristóteles) em oposição à idéia de totalidade (Heráclito, Platão e Sócrates). Em sua essência, Miséria da Ciência é, sobretudo, um livro polêmico, porque busca identificar, não apenas uma única ruptura, porém uma dupla ruptura na história do desenvolvimento do homem, particularmente no Ocidente, como resultado de um processo de confrontação da visão dicotômica de mundo e não apenas do cartesianismo. O livro também procura ressaltar uma necessidade, cada vez mais urgente, de recuperação de uma dimensão ontológica do mundo e das coisas... Ou seja, buscando recuperar a gênese da dicotomia na história das civilizações, este livro representa, em sua essência, uma exortação à mudança deste paradigma. Afinal, a dicotomia é parteira de uma visão conflituosa de mundo, envolvendo pessoas, gêneros, raças, etnias e nacionalidades e precisará ser superada para que possamos construir verdadeiramente a paz e a harmonia entre todos...