A formação em Psicologia no Brasil vem passando por grandes mudanças desde o final da década de 1970, na esteira de um conjunto de transformações políticas, econômicas, sociais e subjetivas. O modelo prevalente de atuação e formação em psicologia, baseado na atuação clínica de cunho liberal e privado, entrou definitivamente em crise. Passadas duas décadas, nova onda de mudanças, catalizada pelo processo de avaliação de cursos pelo Ministério da Educação, traz novamente à tona as questões envolvendo a formação do psicólogo brasileiro. Nesse intervalo, avanços foram obtidos; contudo, novos perigos se apresentam exigindo a elaboração de um "diagnóstico do presente", tal como concebe Foucault nesse domínio, focalizando, em especial, a força imanente do mercado na sociedade e no âmbito da formação. A compreensão desses processos contemporâneos é crucial para a avaliação de seus perigos e na construção de alternativas ético-políticas.