"Promessas provisórias, de Lucas Nicolato, desmente aqueles que, requentando seu Adorno, afirmam não haver mais lugar para poesia no mundo em que vivemos. Segundo eles, a poesia, sob pena de se tornar frívola perfumaria, deve abandonar sua pretensão à especificidade e se confundir com a prosa, a fala cotidiana, a política ou a vida. Pois bem, Promessas provisórias nada tem a ver com isso. Ao contrário: seus poemas sustentam a temporalidade e a densidade específicas da poesia sem, no entanto, deixarem de ser inteiramente relevantes ao mundo contemporâneo. A precisão dos seus versos se manifesta exatamente enquanto neles se ouvem os ecos dos tiroteios urbanos. Seus belos poemas pensam com o corpo, em cujas veias corre o grafite. A poesia está viva."