Os debates acerca do crescimento neopentecostal no cenário religioso brasileiro têm sido constantes entre as ciências sociais. Dentre eles, considera-se como um dos indicadores para esse avanço, a propagação da Teologia da Prosperidade, pautada na construção metódica de uma trajetória religiosa individual que leva o indivíduo a alcançar suas realizações pessoais. Dentro desse modelo religioso, destaca-se na atualidade a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Objeto de pesquisa em vastas áreas das ciências humanas, essa instituição apresenta-se hoje envolvida por inúmeras críticas acadêmicas, principalmente no que se refere aos métodos de arrecadação financeira, sendo interpretada em alguns estudos como uma grande empresa de salvação. Essas considerações são elaboradas a partir da ênfase dada pela IURD às contribuições religiosas, aqui traduzidas sob forma de doações, que são entendidas como pilares na experiência religiosa do indivíduo, definindo-o como promissor ao sucesso. Dessa forma, o texto propõe uma discussão com os atuais estudos socioantropológicos sobre religião e sociedade contemporânea, fomentando o debate entre religião e modernidade. Buscou-se abordar a relação dessa religiosidade com as experiências sociais dos atores, estudando o significado simbólico da doação religiosa para os participantes diretamente envolvidos no processo de doação. Destarte, o trabalho busca pensar como a prática ritualística do sacrifício da doação religiosa interfere na construção do comportamento social dos neopentecostais iurdianos.