O livro Lira dos cinquent\u2019anos (1940) tem sido desfavorecido pela crítica de Manuel Bandeira. Da \u201cvida inteira\u201d, são destacados outros momentos, especialmente Libertinagem (1930), primeiro livro do poeta após a renovação modernista, ou mesmo A cinza das horas (1917), volume de estreia. Tudo se passa como se a aparição da Lira não representasse mais nenhuma novidade em uma obra já consolidada. A própria história editorial do livro parece acompanhar esse lugar menos prestigioso na trajetória: ele nunca foi publicado isoladamente em vida do autor. É certo que isso ocorreu também com Belo belo (1948), e Opus 10 (1952) apareceu apenas em edição de tiragem muito limitada, mas o caso desperta curiosidade, sobretudo quando surge um estudo da importância e da qualidade deste Poesia e verso: leitura de Lira dos cinquent\u2019anos, de Marcos Alconchel, que parte justamente da concepção de livro como algo fundamental para a coletânea.