Hoje é meu dia? Como assim, meu dia? Que dia é hoje? Não fiz caso, e não respondi. Não ia permiti-la se regozijar com minhas falhas. Peguei o jornal para conferir, sem dar o braço a torcer de que não tinha nem a mínima ideia do que ela falava. 16 de abril de 2009. Era o dia dos meus 60 anos! Em menos de meia hora, essa cena se repetiria com Giordano e, novamente, eu buscaria o jornal. Luciana Franco, em sua saborosa e trágica narrativa A Mulher de 60 anos, recupera a memória da sociedade belo-horizontina nos anos 1950 e 1960, expondo a caretice, a falsa religiosidade, o relacionamento fracassado dentro e fora da família tradicional mineira, a liberdade masculina frente ao cerceamento da feminina, o desespero de muitas mulheres presas ao circulo domestico, o machismo arraigado, os desatinos, as comidas, as expectativas, as míopes esperanças. Um belo garimpo. Luciana Franco, em sua saborosa e trágica narrativa A Mulher de 60 anos, recupera a memória da sociedade belo-horizontina nos anos 1950 e 1960, expondo a caretice, a falsa religiosidade, o relacionamento fracassado dentro e fora da família tradicional mineira, a liberdade masculina frente ao cerceamento da feminina, o desespero de muitas mulheres presas ao circulo domestico, o machismo arraigado, os desatinos, as comidas, as expectativas, as míopes esperanças. Um belo garimpo.