Todo o repertório deste livro é atravessado pela dialética entre a obscura fragilidade das vidas humanas, por definição efêmeras, e a persistência de seus rastros luminosos nas imagens que as representam, ou das quais foram artífices. Mas se Warburg ensinou que ao longo das épocas sobrevivem módulos formais e constantes icônicas, nessas constantes sobrevivem também os reflexos da nossa vida passada. Do passado mais remoto e imperscrutável, o dos Etruscos apaixonados pela morte, vem uma grande lição: a onipresença do espelho, em suas figurações, sugere a Manganelli que esse objeto sagrado [] alude justamente à qualidade imortal da imagem: onde tem forma, a imagem, a morte não poderá transitar.