A Onda Rosa-Choque debruça-se, reflexivamente, de forma pioneira, sobre algumas ações e coletivos que estiveram na origem das Manifestações de Junho de 2013. O exame dos prenúncios desse movimento ilumina aspectos pouco visíveis da atual dinâmica social brasilera. O vínculo entre cultura e política, segundo o qual uma não prescinde e não se compreende sem a outra, tem como base as redes digitais, espaço por excelência de práticas dissidentes. O ciberativismo engajado da juventude urbana, estruturado de forma não-hierárquica, desenvolveu uma cultura política assentada na colaboração e no compartilhamento. A busca criativa de espaços de liberdade nas malhas da sociedade do controle, ao colocar em xeque o modelo representativo, ampliou a democracia. A politização das novas tecnologias possibilitou a incorporação de modalidades próprias da democracia direta, o revigoramento dos antigos e a emergência de novos movimentos sociais, apontando para novas formas de fazer política.